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A morte dum ditador

PortugalDiário
"Pinochet morreu sem ser julgado"

As reacções à morte do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, a maioria de organizações de defesa dos direitos humanos, destacam sobretudo a impunidade do general, que morreu sem ser julgado pelos crimes de que era acusado, escreve a Lusa.
A organização Amnistia Internacional afirmou que a morte de Pinochet deve ser encarada como «uma chamada de atenção» aos Governos para a necessidade de uma justiça rápida para garantir que os culpados de violações dos direitos humanos são julgados.
O vice-presidente da Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH ), Luís Guillermo Perez, lamentou que o ex-ditador tenha morrido sem ser julgado, considerando, no entanto, que a sua «condenação moral já foi feita».
As vítimas da ditadura de Pinochet e os advogados que interpuseram mais de 300 acções contra o ex-ditador lamentaram que este tenha morrido sem ser condenado e não esconderam a sua alegria pelo desaparecimento do general.
Por outro lado, os apoiantes e colaboradores de Pinochet, que morreu aos 91 anos devido a complicações cardíacas, classificaram a sua morte de «perda irreparável» para o Chile e pediram «tolerância» aos seus opositores e um funeral com honras de Estado.
«A dor é muito grande, estamos consternados», afirmou o general na reforma Luis Cortés Villa, director da Fundação Augusto Pinochet e uma das pessoas mais próximas da família do general que governou o Chile com mão-de-ferro entre 1973 e 1990.
Organizações de defesa dos direitos humanos da Argentina lamentaram que o ex-ditador tenha morrido sem ter cumprido «a pena de prisão que merecia pelo genocídio que cometeu».
A secretária da Associação argentina «Mães da Praça de Maio», Beba Evel Petrini, considerou que «a morte foi a salvaguarda» de Pinochet, porque «o salvou de pagar pelo horror que semeou».
Por seu lado, o coordenador do Serviço Paz e Justiça do Uruguai, Guillermo Paysse, referiu que «Pinochet foi um dos tiranos mais cruéis da região e com a sua morte não há nada a lamentar».